quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Escuridão.

A falta da luz,  e um laptop com pouca bateria são os principais fatores que me fazem escrever este texto.
                A falta de luz não tem uma justificativa plausível. Mamãe pagou a conta de luz e papai,apesar de dizer que o Haddad é um “petista de faculdade,” não pretende se rebelar contra o aumento do IPTU.
                Faz algumas horas, um amigo, me ligou dizendo que a luz havia acabado na casa dele também.   
                Na região onde ele mora, acho que é uma quase-divisa com Guarulhos onde  as quedas de luz são frequentes, tão frequentes que ele comprou um aparelhos daqueles chiques que fazem com que o computador não apague se a luz acabar.
                Mas, a funcionalidade deste aparelho não se estende para a televisão e por isso, a mãe do meu amigo estava aflita pois não conseguiria ver o show do Roberto Carlos, que a Globo exibe todo ano no dia de Natal.
Disse “estava” porque não faço a menor ideia de como está a luz na casa dele agora. Talvez o pessoal da Eletropaulo esteja brincando com os botões da central.
E com certeza há menos equipes de plantão porque hoje é Natal. Não é noite de Natal. É dia de Natal. 
Taí uma coisa em que não faz a menor diferença ser cadeirante ou não: a falta de luz. Qualquer coisa, qualquer olhar humorístico seria um grande exagero. Não faz diferença nenhuma não muda nada.
                Bom rapaziada, falou.
A luz voltou e eu voltar pro Facebook. Quem sabe aquela professora gata que me deu aulas no último ano do médio finalmente aceitou a minha solicitação de amizade?

Muita luz no novo ano!

domingo, 22 de dezembro de 2013

NÃO LEIA


 

Num Julho paulistano, de maior frio ao que a maioria consegue se acostumar, e aí, obviamente que chegam as reclamações.

                Demasiadas quando se da frio, insistentes quando existe calor.

Mas o que realmente há de importante é que são “quase quinze prás cinco”. O corretor ortográfico do Word passa um vistoso risco vermelho na variação linguística “prás,”mas ele que se conforme. Continuemos a história.

Já disse o horário,  não torno a repeti-lo pois, se o fizer o computador certamente vai tornar a me corrigir e eu certamente vou me irritar.

                E antes que se esfumasse a ideia e a vontade de escrever, como ocorreu nas minhas últimas tentativas de escrever, continuemos a história.

                Você já sabe o horário. O importante é que ela precisava levantar, e precisa se colocar sob o chuveiro para tomar um banho frio.

                É mais importante ainda, dizer que ela nunca precisou de relógio pra acordar. Costumava acordar dois ou três minutos antes do horário marcado. Quando não, acordava em ponto, no horário certo sem relógio.

                Era horário de verão.

                Ela achava o horário de verão o atestado maior da burrice humana. Porque uma hora, seria outra? Apenas porque o relógio dizia que o era?               

Bem. O fato  é que não  convinha discutir. Se era, era. Era tolice. Era. Mas era hora. Era.

                Nesses momentos convinha sentir inveja do Sol, pensava ela. O Sol, tão despreocupado, descompromissado, levantava sempre na mesma hora. E também sem discutir.

Tudo isso pra dizer que ela levantou, e foi tomar banho.

E eu me apresso em dizer que não preciso dizer  nada.

Afinal, você leu o título da crônica. NÃO LEIA.

Você veio até esperando que eu falasse alguma coisa.

 Mas eu mesmo acho que não disse nada.    

sábado, 21 de dezembro de 2013

Onde vende paciência?

 Para um cadeirante até o fim de ano é diferente. É sim, principalmente quando ele, numa sociedade que privilegia o capital, resolve fazer o quê, o quê, o quê? Comprar!
 Pois é, caros leitores. É algo extremamente complicado. Não me arrisquei e fui a um "chopis centers" bem perto da minha casa. Depois de descer as escadas (da minha casa, sim, minha casa tem escadas, e sim eu consigo desce-las com auxílio) entrei na minha Ferrari, que obviamente, é o apelido pelo qual carinhosamente me dirijo ao meu Fusca, percorri e lá estava eu. 
 Primeiro, minha cadeira ( que neste blog chamarei de Helena) me pregou uma peça. Mal as rodas haviam tocado o chão e, um dos apoios de pé da Helena se soltaram. 
Imaginem a cena meus caros: eu, sentado em cima de uma cadeira de rodas aleijada, sim, pois ela poderia ser considerada aleijada, já que não tinha um dos pés. Diferente de mim que não sou "aleijado" pois tenho apenas um leve "pobrema nas pernas" 
          Andei (hahaha) por mais alguns metros até encontrar o colega com quem havia marcado para comprar o presente do   amigo secreto da família. Ele não era exatamente "mão-de-obra qualificada" nunca tinha metido as mãos na Helena.  
    Entretanto, ele entendia um pouco de matemática, e rapidamente conseguiu colocar os pés da Helena em seu devido lugar. 
- Mas o que raios isso tem haver com o cara saber Matemática, pombas? 
- Sei lá. O fato é que após arrumar a cadeira, pude, tranquilamente continuar na minha peregrinação em busca do presente perfeito. Que custasse menos de 60 reais. 
      Joguei conversa fora por quase duas horas na parte de cima da livraria antes de perguntar ao livreiro sobre o livro que queria comprar. 
   Quando desci determinado a achar um funcionário que  me ajudasse na busca pelo livro um carrinho cheio de livros obstruía a saída do elevador no andar  inferior. 
Haviam dois vendedores de livros próximos ao carrinho, mas eles evidentemente não esboçaram nenhuma reação, deixando todo o trabalho para o meu colega, que, neste mesmo texto já tinha feito um bico de técnico em  mecânica de cadeiras de rodas , não se esqueçam. 
Chegou a hora de comprar o livro. A vendedora insistia em olhar para cara do amigo/técnico de cadeiras de rodas. Nunca para mim. 
Mesmo assim, dei de ombros e comprei o livro. Fila? Que fila, colega? Quando o vendedor avistou a Helena, toda linda vermelha, com aquele estofado preto me passou em primeiro lugar na fila e ainda poupou meu trabalho embrulhando o livro pra presente. 
 Espero que o escolhido goste do presente pois ele deu um trabalho danado. Se não gostar, não tem problema: eu me preveni com um selo de troca.